A Gestão da Qualidade é essencial para qualquer organização que busca excelência operacional, satisfação do cliente e melhoria contínua. Dentro desse contexto, as 7 Ferramentas da Qualidade são amplamente utilizadas para análise e solução de problemas, sendo fundamentais na implementação de sistemas de gestão eficazes.

Mas como utilizá-las para alcançar a excelência nos processos? Vamos entender ao longo deste artigo.

O que são as 7 Ferramentas da Qualidade?

As 7 Ferramentas da Qualidade são metodologias desenvolvidas para melhorar os processos organizacionais. São ferramentas simples de usar, mas extremamente poderosas para embasar a tomada de decisões e resolver problemas de forma estruturada.

Quem criou as 7 Ferramentas da Qualidade?

As 7 Ferramentas da Qualidade surgiram no Japão, na década de 1950, como parte do movimento de melhoria da qualidade. Elas foram popularizadas por Kaoru Ishikawa, um dos principais teóricos da qualidade e que faz parte do grupo de “Gurus da Qualidade”, que as estruturou e difundiu como essenciais para a gestão e controle da qualidade, sendo elas:

  1. Diagrama de Pareto
  2. Diagrama de Causa e Efeito (Espinha de Peixe ou Diagrama de Ishikawa)
  3. Histograma
  4. Folha de Verificação (Checklist)
  5. Cartas de Controle (Gráficos de Controle)
  6. Diagrama de Dispersão
  7. Fluxograma

Vamos conhecer cada uma delas em detalhes:

1. Diagrama de Pareto

O Diagrama de Pareto é um gráfico de barras que ajuda a identificar e priorizar os problemas mais significativos dentro de um processo.

Como funciona?

  • Baseia-se no Princípio de Pareto (80/20), que indica que 80% dos problemas vêm de 20% das causas.
  • Classifica as causas em ordem decrescente de frequência ou impacto.
  • Auxilia na alocação eficiente de recursos para tratar os problemas mais críticos.
Exemplo: Se uma empresa recebe reclamações de clientes, o Diagrama de Pareto pode ajudar a identificar os principais motivos e direcionar esforços para resolver as causas mais impactantes.
Diagrama de Pareto

2. Diagrama de Causa e Efeito (Ishikawa ou Espinha de Peixe)

O Diagrama de Causa e Efeito, também chamado de Diagrama de Ishikawa ou Espinha de Peixe, ajuda a identificar as causas raízes de um problema.

Como funciona?

  • O problema é colocado na “cabeça” do peixe.
  • As possíveis causas são listadas em categorias principais, como Máquina, Método, Material, Mão de obra, Meio ambiente e Medida (os “6M”).
  • Fornece uma visão detalhada dos fatores que podem estar contribuindo para o problema analisado.
Exemplo: Se um produto apresenta defeitos frequentes, o diagrama pode ajudar a visualizar as possíveis origens do problema, facilitando a identificação das causas e a implementação de soluções.
Diagrama Ishikawa

3. Histograma

O Histograma é um gráfico de colunas que representa a distribuição de um conjunto de dados.

Como funciona?

  • Exibe a frequência de ocorrências dentro de intervalos definidos.
  • Ajuda a visualizar a variabilidade de um processo e identificar padrões ou desvios.
  • Permite compreender melhor a dispersão e a tendência dos dados coletados.
Exemplo: Se uma empresa quer avaliar o tempo médio de atendimento ao cliente, um histograma pode revelar inconsistências no serviço prestado.
Histograma

4. Folha de Verificação (Checklist)

A Folha de Verificação é um formulário estruturado para coletar e registrar dados de forma padronizada.

Como funciona?

  • Os dados são registrados manualmente ou digitalmente para identificar padrões.
  • Auxilia na organização de informações antes da análise estatística.
  • Facilita a identificação de tendências e pontos de atenção dentro do processo.
Exemplo: Se uma linha de produção apresenta defeitos nos produtos, os operadores podem usar uma folha de verificação para registrar cada tipo de defeito encontrado, permitindo uma análise posterior.
Folha de Verificação

5. Cartas de Controle (Gráficos de Controle)

As Cartas de Controle são representações gráficas usadas para monitorar e controlar processos ao longo do tempo, ajudando a identificar variações e prevenir defeitos antes que ocorram.

Tipos de Cartas de Controle

  • Cartas de Controle para Variáveis: monitoram medições contínuas (exemplo: temperatura e peso de um produto).
  • Cartas de Controle para Atributos: avaliam características discretas (exemplo: número de peças defeituosas em um lote).

Como funciona?

  • O gráfico apresenta uma linha central representando a média do processo e duas linhas que definem os limites superior e inferior de controle.
  • Quando os pontos ultrapassam os limites ou apresentam padrões atípicos, pode ser um indicativo de problemas no processo.
Exemplo: Na indústria farmacêutica, as Cartas de Controle são usadas para monitorar a variação do peso de comprimidos, garantindo conformidade com as especificações de qualidade.
Cartas de Controle

6. Diagrama de Dispersão

O Diagrama de Dispersão é um gráfico que mostra a relação entre duas variáveis.

Como funciona?

  • Os pontos são plotados em um eixo X-Y, indicando uma possível correlação entre as variáveis analisadas.
  • Ajuda a verificar se existe uma relação direta, inversa ou nenhuma relação entre os fatores.
Exemplo: Se uma empresa deseja entender a relação entre horas de treinamento e produtividade dos funcionários, um Diagrama de Dispersão pode mostrar se há uma correlação positiva entre esses fatores.
Diagrama de Dispersão

7. Fluxograma

O Fluxograma é uma representação gráfica das etapas de um processo.

Como funciona?

  • Utiliza símbolos para indicar cada etapa e o fluxo das atividades.
  • Ajuda a visualizar processos complexos e identificar gargalos.
Exemplo: Um hospital pode usar um fluxograma para mapear o processo de atendimento ao paciente, garantindo maior eficiência no fluxo de trabalho.
Fluxograma

Quais os benefícios dessas ferramentas?

A utilização das 7 Ferramentas da Qualidade traz diversos benefícios para organizações e equipes que buscam melhorar processos, resolver problemas e garantir a qualidade de produtos ou serviços. Esses benefícios incluem:

1. Identificação clara de problemas: As ferramentas ajudam a visualizar e entender problemas de forma estruturada, permitindo que as causas reais sejam identificadas, em vez de apenas tratar os sintomas.

2. Tomada de decisão baseada em dados: Elas incentivam o uso de dados e fatos para tomar decisões, reduzindo a subjetividade e aumentando a confiabilidade das ações.

3. Melhoria da comunicação entre equipes: Ferramentas como o Diagrama de Causa e Efeito e o Fluxograma facilitam a comunicação entre equipes, pois apresentam informações de forma visual e acessível.

4. Priorização de ações estratégicas: O Diagrama de Pareto, por exemplo, ajuda a focar nos problemas mais críticos (20% das causas que geram 80% dos efeitos), otimizando tempo e recursos.

5. Prevenção de erros e redução de custos: Ao analisar processos com ferramentas como o Gráfico de Controle ou Fluxograma, é possível identificar pontos de falha e implementar melhorias antes que os problemas ocorram. A resolução eficiente de problemas e a prevenção de defeitos reduzem desperdícios, retrabalhos e custos operacionais.

6. Promoção da cultura de melhoria contínua: O uso dessas ferramentas estimula a mentalidade de melhoria contínua, envolvendo todos os colaboradores no processo de busca pela qualidade.

7. Padronização de processos: Ferramentas como Checklists e Fluxogramas ajudam a documentar e padronizar processos, garantindo consistência e qualidade.

8. Aumento da satisfação do cliente: Ao resolver problemas de qualidade e entregar produtos ou serviços mais confiáveis, a satisfação e a fidelização dos clientes aumentam.

9. Facilidade de implementação: Essas ferramentas são simples, acessíveis e não exigem conhecimentos avançados de estatística ou tecnologia, podendo ser aplicadas em qualquer tipo de organização.

Conclusão

As 7 Ferramentas da Qualidade são essenciais para melhorar processos, reduzir desperdícios e aumentar a satisfação dos clientes. Quando aplicadas corretamente, permitem decisões mais embasadas e promovem a melhoria contínua.

Implementá-las no dia a dia é um passo fundamental para fortalecer a cultura da qualidade dentro das empresas.

Referências

Compartilhe via

Nayara Silva

Consultora e Auditora Líder em normas de Sistemas de Gestão (ISO 9001, ISO 14001, ISO 45001, ISO 27001, Regimento SiAC/PBQP-H, dentre outros), desde 2009, realizando consultorias, treinamentos e auditorias internas para implantação e manutenção de sistemas em organizações.

1 comentário

comments user
Maria Isabel

Gosto muito do conteúdo deste blog!
Além de ter um bom conteúdo, a conexão feita com a realidade e exemplos são excelentes.
Agradeço equipe FestQuali e autores por compartilhar.